Tenho me sentido muito feliz com os rumos da vida, mesmo com as sinuosidades, o ziguezaguear do percurso e cada vez mais trago a certeza de que uma coisa leva a outra, que leva a outra e vai levando… Assim, de forma simples, numa sucessão de pequenos acontecimentos relevantes. Todos os dias há tarefas que precisam de atenção. Falo de tarefas básicas como trocar a água dos animais, encher seus comedouros, varrer o chão, ler um livro. Penso que quando fazemos as coisas com prazer, algo invisível começa a acontecer. Atraímos mais atividades prazerosas, pessoas que estão afinadas conosco e que sempre têm algo interessante para nos ofertar.
Após uma fase conturbada em que vi, literalmente, meus sonhos desmoronarem da noite para o dia, descobri que é preciso enfrentar o luto e senti-lo com toda a intensidade. Apesar da dor, todo acontecimento nos traz clareza. É como se estivéssemos envolvidos em brumas espessas que nos tornam incapazes de enxergar um palmo diante do nariz. Nestes instantes tudo parece desaparecer, perdemos a nossa referência e acreditamos que é uma condição permanente. “Tudo passa”, uma voz nos diz bem no âmago do nosso ser. Tudo passa, mas temos pressa. Só que nós não podemos controlar o tempo. O que fazer diante de uma situação tensa em que todo evento se mostra intenso demais a ponto de acreditarmos que não somos capazes de suportar? A medida mais sensata é viver e deixar-se envolver pelos acontecimentos procurando extrair deles a clareza necessária para nutrirmos nosso espírito com a experiência. Quando alcançamos isso, chega o momento tão esperado… O momento em que “tudo passa”.
É como se estivéssemos vivendo um outono em nosso microcosmo. Um momento em que é preciso sentir profundamente a renovação. Nossas “folhas” caem e por isso nos sentimos vazios. Não é um sentimento dos melhores. Nos despimos de todo e qualquer pensamento coerente. Tudo parece confuso, amontoado como folhas amarronzadas sobre as raízes da nossa árvore. Mas não podemos retirá-las de lá. São elas que nutrirão o nosso solo carente de novas substâncias e é doloroso o processo de decomposição das velhas ideias, conceitos. É preciso.
Quando o inverno chega, a melancolia é embalada pelo aconchego. Nos abraçamos como se existisse uma nova pessoa bem na nossa frente, um novo Eu que precisa ser aceito e acariciado. Um Eu desprotegido que, nesta fase de transição, precisa ser envolvido, aquecido. Nesta aproximação repleta de abraços e ternura, transferimos a nossa essência, aos poucos, aguardando uma primavera abundante de novos sonhos e projetos. Nos fundimos com o nosso Eu renovado e podemos vislumbrar a claridade. Caminhos que, antes, estavam envolvidos pelos véus brumosos dos nossos pesares, se descortinam, se mostram esplendorosos. E, aí sim, temos a certeza de que tudo passa.
Nossa, esse meu “inverno” foi os meus anos 20. Como demorei pra conseguir sair dele, mas desde que eu acordei, so estou tendo conquistas na minha vida. E o sentimento que isso traz eh indiscritivel! E quanto mais feliz voce esta, mais coisas boas voce atrai!
bjos
Lu,
Eu acho que vira e mexe temos esse “inverno”. Para algumas pessoas dura mais, para outras dura menos… Mas creio que sempre passamos por certas frustrações, ficamos confusos com algo, principalmente, em relação ao caminho que estamos ou pretendemos seguir. Dúvidas sempre existirão. É óbvio que quanto mais se aprende com as desilusões, mais rápido conseguimos obter a clareza necessária para focar e comemorar as conquistas. É realmente indescritível o sentimento que vem junto. Verdade: quanto mais feliz você está, mais coisas boas você atrai.
Beijocas
Oi Mila,
Eu tenho meus invernos com alguma frequencia, acho que por que ainda estou buscando meu rumo.
Mas nestes momentos, parece mesmo que esta será nossa condição permanente e é bem complicado ver algo além disso. o ‘tudo passa’ nao faz sentido nestes momentos, mas realmente passa.
saudade de vir aqui. Tentei comentar quando do lançamento do seu livro, mas nao sei porque,, nao conseguia.
Aproveito para parabenizá-la e assim que der, venho aqui comprar o meu exemplar. Tenho um montão de sobrinhos e apesar de nao poder comprar um para cada, ao menos um quero!
Um super beijo
Lu,
Então… quando ainda estamos “em busca de” acabamos passando por estes “invernos” com certa constância. Foi exatamente o que eu quis dizer, ou seja, não enxergamos no momento como as coisas vão passar por mais que saibamos que passa.
Gostaria que soubesse que curto demais os seus comentários que sempre são relevantes. Agradeço o seu carinho.
beijosss
kd vc, pessoa?
ó só, manda meu livro por Fábio, que tá difícil de eu conseguir sair de Niterói…
eu mando o dinheiro por Gustavo
Quero dedicatória pra Inessa rsrssr
Varéria… kkkkk
Sorry por ter esquecido de mandar o seu livro pelo Fabio, mas ele está aqui, ok? Acho que isso é uma desculpa das boas para a gente se ver… rsrsrs.
Saudades.
Mila, realmente tudo passa…
Mas à vezes esperar dá mais desânimo ainda…
Precisamos fazer nossa parte, sem dúvida.
Tudo passa…
Beijo!
(ainda não depositei. Na correria, só quando estou na rua é que me lembro que não coloquei o endereço do banco na bolsa. Chego em casa…esqueço-me de colocar! Ando “lesa” que só…Ainda tem, para me enviar, um exemplar autografado? Prometo depositar sem falta esta semana. Aviso o dia, por e-mail). Bj
Lucia,
Acho que a gente precisa encontrar uma forma menos dolorosa para passar por essa etapa da espera. Talvez este seja um dos grandes segredos e não há receita pronta. Cada um tem o seu método, não é mesmo?
Sobre o livro eu te respondi pelo Facebook. No momento estou sem nenhum exemplar disponível, mas assim que receber um novo lote eu entro em contato.
Beijocas
Milinha, que texto mais lindo!
Por isso adoro o inverno, porque sei que é um tempo de aconchego, de paz, de introspecção, de ficarmos mais juntos para prepararmos para a loucura do verão que logo logo chega.
Olha, não te esqueci viu, mas só agora, ontem, o maridex fez o favor de depositar on-line para você. Verifique naquela conta que me passou e envie-me assim que puder o seu maravilhoso livro. Tô louca de vontade de lê-lo.
beijinhos cariocas
Bethita,
Obrigada!
Seu livro estará seguindo em breve. Este mês de julho está me deixando louca, ritmo frenético total, mas tudo por uma excelente causa.
beijosss
Mila, antes de mais nada quero dizer que publiquei este post no meu blog, com os devidos links e créditos. Agora peço desculpas pela iniciativa… Mas é um texto lindo e precisei colocar no meu http://variedades-de-mim.blogspot.com
Claro, que se quiser eu removo o post.
Obrigada pelas palavras que me acalentaram nesta manhã. Mas por favor, se quiser é só falar que eu retiro o post.
Bjs
Oi Fernanda,
Seja bem-vinda por aqui.
Já passei em seu blog e vi o texto lá. Não há problema algum, ok? Fico feliz que tenha gostado e que tenha servido de algum modo.
Beijocasss
Coisa linda guxa…anda inspirada… adoro o frio, ele faz a gente ficar mais criativa. Vc, minha sábia filhuxa, chegou a essa conclusão de que tudo é breve e passa, mais cedo do que eu. Na sua idade não pensava em nada disso…não te digo que às vezes vc é que parece minha mãeguxa? rsrs beijos,